Mãe

Quando fecho os olhos, mesmo distante, ouço o som que vem do mar. E nessas horas me alegro porque escuto uma voz que em meu ouvido sussurra que, por mais difícil que pareça estar a vida, as coisas vão melhorar. São pedras no caminho. Algumas fáceis de contornar, outras tão grandes como uma montanha que se precisa escalar. 

Mas essa mesma voz me diz para não ter medo e me abraça forte e diz que seu maior segredo é que nunca vai me abandonar. Nunca me largará porque á mãe; minha mãe. E desde o dia que nasci ela está lá, soprando em minha direção a brisa fresca que vem do mar. Sorrindo para mim em cada onda. Levando cada sofrimento para o profundo azul de suas águas. 

Às vezes ela é intempestiva como um tsunami, às vezes uma calmaria como uma lagoa. Mas sempre é ela, ao meu lado. Me ajudando a crescer. Passando por momentos bons e difíceis. 

Abro os olhos, não escuto mais o barulho do mar. Estou de volta ao mundo de concreto, mas não importa: a leveza das águas está em meu coração. Feliz sorrio. Sinto uma brisa leve acariciar meu rosto, como um beijo materno. Passo meus dedos por cima. Fecho os olhos novamente e sussurro "obrigada, minha mãe Yemanjá".