Geração Photoshop

Não é de hoje que mulheres e homens Brasil afora se espelham no estereótipos de beleza impostos pela sociedade com o auxílio dos meios de comunicação de massa. Mas desde que os editores de imagem tornaram-se populares, a busca por um ideal estético tornou-se quase insana.

Lembro-me que na época da faculdade, há mais ou menos uns cinco, seis anos, discutíamos muito a "Bundalização". Um movimento que começou lá na época das vedetes e que ganhou força anos após ano com Chacretes, Carla Perez, Sheilas, Mulheres-Frutas e afins.

Hoje eu percebo a "Geração Photoshop". O ideal de beleza é o da capa de revista, dos sites. E para alcançá-lo vale tudo: plásticas, dietas malucas, tratamentos alternativos, botox, bulimia, anorexia... E o negócio chega a um ponto que algumas pessoas deixam de ser felizes porque não possuem aquele padrão de beleza estampado na Playboy ou na Men's Health. Consequência? Depressão, distúrbios alimentares, doenças por falta de nutrientes...

E tem o outro lado também: os viciados em academia. Conheço algumas pessoas que gastam até três horas do dia malhando. Tudo p/ ficar "sempre em forma". Pergunto: em forma de quê? De um conjunto de músculos, vazio de conhecimentos? Obrigada, mas essa forma eu não quero.

Não que eu me ache perfeita, ao contrário, sempre reclamo que estou gorda, que quero emagrecer... E não vou mentir: não é por motivo de saúde, é p/ me sentir bem comigo. Mas não espero alcançar a última modelo mais maravilhosa da revista mais fashion do momento. Sabe por quê? Porque aquele padrão de beleza não existe.

A perfeição é uma utopia. Nem as próprias pessoas retratadas naquelas imagens são daquele jeito. Todo mundo tem uma gordurinha a mais, uma estria, celulite; ou preferia ter um cabelo mais liso, mais encaracolado, fazer uma plástica no nariz... P/ quê? Nem vou me basear na máxima radical do meu pai de que "quando a gente morre o que sobra é o esqueleto e eles são todos iguais". O que eu proponho é uma reflexão: na busca por essa perfeição ilusória a base de photoshop, você tem tempo para ser feliz?


Se a resposta é "não", então meu amigo(a), desencana. Vai beber sua cervejinha, comer uma batata frita. Vai rir, sair com os amigos, falar besteira e viver a vida.

Relembrando mais uma vez minha época de faculdade, fiz um trabalho sobre as Teorias da Comunicação de Massa. Entre vários temas, abordei a "Bundalização", estimulada por "celebridades". Bom, como ainda não existe uma música sobre a "Geração Photoshop" - pelo menos não que eu conheça - acho que cabe aqui a mesma que usei naquele dia.