segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Adeus, Vovó...

Quando minha mãe engravidou aos 17 anos, você não queria aquela neta: iria atrapalhar o futuro da sua filha. Mas depois que nasci, apaixonou-se . E eu te amei desde o primeiro segundo. Sempre.



Nunca foi das mais convencionais. Vê-la em uma roda de samba com sua canequinha de cerveja sempre foi muito mais fácil do que encontrá-la em casa assistindo novela. Mas tinha lá suas coisas de avó: ensinou-me a costurar e a bordar, suas receitas secretas - Ah... aquele camarão na moranga! Só de lembrar dá água na boca! E quando encontrava alguma amiga? "Essa aqui é minha neta!" Apresentava-me com orgulho.



Mas o tempo passa e o dia chega para todos. A idade começou a pesar e aquela senhora tão animada já não bebia mais sua cerveja e já não conseguia dançar a noite inteira. E daí? Bebe-se refrigerante e dança-se menos! O importante era sempre estar em seus bailes, rodeada com amigos!

Como guardar uma lembrança triste de alguém que sempre foi tão cheia de vida? Recuso-me. Guardo em minha memória para sempre a mulher de riso fácil, um tantinho surda, mas muito engraçada, sempre com seu copo de cerveja na mão, cantando e sambando em uma roda de partido alto! Afinal, foi assim - alegre, sorridente, dançando em uma festa - que você nos deixou.



Vá em paz, com Deus. Um dia, nos encontraremos novamente.





17/07/2011

4 comentários:

  1. Adorei o texto, Camila! Lendo, lembrei-me do meu avó que também era assim, cheio de vida e nos deixou há dois anos. Pelo menos ficou muitas e lindas lembranças...

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  2. Boa convivência, boas lembranças!

    Obrigado por compartilhar tamanha sensibilidade.

    Abraços,

    PV

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  3. Lindo, meu amor.
    Sua vovó era mesmo cheia de alegria!

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  4. Parabéns, pois hoje quase não se ve esta linda uniao.
    bjs , silvania

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