domingo, 23 de outubro de 2011

Rezando baixo pelos cantos...


Quando eu era criança sempre ouvia muitas pessoas me dizerem que eu era madura demais para minha idade. Aquilo me deixava feliz, sempre gostei de elogios (quem não gosta?). E, na minha cabeça, aquilo significava que me achavam inteligente. O tempo passou e eu cresci. Ironicamente a vida mostrou o outro lado da mesma moeda: passei a ser considerada infantil. 

Infantil...

Acho que ninguém imagina o quanto isso me ofende. Ok. Chamar-me de "burra" é assinar sentença de morte, mas "infantil" magoa. Whatever... E por que sou infantil? Porque falo muito, sou brincalhona, curto desenho animado, vou a encontros otakus (fãs de anime, mangá e da cultura japonesa em geral), tenho bichinhos de pelúcia e, sim, gastei uma grana para ir ao show dos Backstreet Boys; duas vezes. Se isso faz de mim infantil, então eu sou. Mas essa é só uma parte da minha personalidade.

E a Camila jornalista apaixonada por literatura? Não conta? Ela gosta de cinema, teatro, exposições, adora linguística, trabalha, estuda e admira grandes autores como Foucault, Agatha Christie, Clarice Lispector, Gabriel García Márquez e Saramago. Ah, sim... Esqueci. Essa é a cult, a intelectual, a chata, que também não agrada muita gente...



A questão que muita gente não vê é que não sou a infantil ou a cult. Sou simplesmente eu. Camila. Sem adjetivos. Não são precisos! Cada pessoa é complexa demais para ser resumida em uma frase, um título.


Sim, tenho o mesmíssimo entusiamo com um capítulo novo de Naruto e quando encontro um livro incrível do Umberto Eco. Chame-me do que quiser e, ainda assim, não chegará nem perto da metade do que posso ser.



Uma vez, muito chateada com esse assunto, conversei com uma tia-avó sobre essa "infantilidade". Ela me disse "minha filha, nunca mude por ninguém seu jeito de ser. Essa á sua personalidade e é o que te faz especial. Quem me dera se metade das pessoas que eu conheço tivessem conseguido conservar a infância dentro delas e, ao mesmo tempo, amadurecer".





4 comentários:

  1. Muitos também falam que sou muito madura para a minha idade. Mas as pessoas esquecem que não precisamos ser sempre maduros. Temos que conservar a "criança" dentro de nós.

    Infelizmente, o Brasil é assim: todos só pensam em criticar, mas ver as qualidades interessantes e essenciais ninguém consegue notar.

    E eu concordo com a sua tia-avó, não mudes teu jeito de ser. As pessoas se eternizam em nossa vida pela sua personalidade única e natural, não pelo que os outros querem que seja.

    Beijos;

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  2. Conservar-se intacta frente aos obstáculos que aparecem na vida é difícil. Amadurecemos mesmo sem querer, e mesmo quando mostramos isso as pessoas fazem questão de nos criticas. Somos maduros de mais para nossa idade em certas fases da vida, em outras infantis de mais para uma vida adulta que levamos. O negocio todo esta nas rotulações... sempre somos menos do que esperam de mais. Sempre querem mais de nós do que nós podemos oferecer, mesmo nós não estando nem afim de lhes oferecer aquilo que querem. Sempre é assim. Sempre será. As pessoas esquecem que somos bem mais do que aquilo que elas vêem ou querem ver. ;)

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  3. Querida, parafraseando o Capital":Se eu for ligar
    para o que é que vão falar Não faço nada..."
    Siga em frente!

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  4. Seu nome completo é seu único adjetivo.

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