terça-feira, 13 de setembro de 2011

Palavras...

De todas as artes a mais bela, mais expressiva, a mais difícil é sem dúvida a arte da palavra. De todas as mais se entretece e se compõe. São as outras como ancilas e ministras: ela soberana e universal.



A estátua fala, mas fala com uma interjeição, que apenas expressa um sentimento vago, indefinido, momentâneo. A pintura fala, mas fala como uma frase breve em que a eclipse houvera suprimido boa parte dos elementos essenciais. O edifício fala, mas fala como uma inscrição abreviada, que desperta a memória do passado sem particularizar os acontecimentos a que alude. A música fala, mas fala apenas à sensibilidade, sem que o entendimento a posso claramente discernir.



Só a palavra, nas artes que é matéria-prima, fala ao mesmo tempo à fantasia e à razão, ao sentimento e às paixões. Só ela, Pigmalião prodigioso, esculpe estátuas que vão saindo vivas e animadas da pedra ou do madeiro, onde as delineia e arredonda o seu burril. Só a palavra, mais inventiva que Zêuxis, sabe desenhar e colorir figuras e países, com que se ilude e engana a vista intelectual. Só a palavra, mais audaz que os Ictinos e os Calícrates, traça, dispõe, exorna e arremessa aos ares monumentos mais nobres e ideais que o Partenão de Atena.


Só a palavra, mais comovedora e persuasiva do que o plero dos Orfeus, encandeia à sua lira mágica estas feras humanas ou desumanas, que se chamam homens, arrebatados e enfurecidos nas mais truculentas alucinações.






A palavra é arte. Por mim,  das mais apreciadas. É com ela que me expresso, sonho, rio, choro, crio outros mundos, fujo, me encontro. Por causa dela escolhi minha profissão e me apaixonei.


Amor desde o primeiro contato. Lembro-me de quando era criança: minha mãe lia todos os dias à noite na minha cama, antes de eu dormir. Desde essa época, a palavra foi associada por mim ao lazer, a algo bom com o qual valia a pena sonhar. E nesses 26 anos de minha vida posso dizer que quase nada mudou.


Quando estou feliz, escrevo. Quando estou triste, escrevo. Quando estou angustiada, escrevo.   A palavra tem o dom da liberdade. Um dos motivos de eu ter criado esse blog, que se defini por seu nome - Sonhando em Palavras.


A palavra escrita é meu trabalho, minha diversão e minha paixão. Quando tudo parecer escuro, quando nada tiver sentido, quando estiver sozinha, sei que nela poderei buscar abrigo,  encontrar conforto. Por isso escrevo. Muito mais do que por minha profissão ou por hobby, escrevo por minha alma. O dia que eu não conseguir mais escrever, não terei mais motivos para seguir em frente.





2 comentários:

  1. Palavra... um substantivo tão pequeno, mas há tantos significados e expressões.

    É por meio delas que desabafamos nossas tristezas mais secretas, é por meio dela que nos iludimos para um mundo "fantasioso", é por meios delas, principalmente, que refugiamo-nos para o "nosso mundo", onde podemos relaxar, sem ter que nos preocupar com os diversos problemas.

    Sabes do que falo, entende-me melhor do que a mim mesma.

    Concordo, o dia que eu não escrever mais, não terei motivos para seguir em frente. Há tão poucos motivos, e se eu perder a escrita, não sei se conseguirei ser eu mesma.

    Enfim, sabes que admiro-te muito, e sabes que almejo muito ser como tu. Afinal, tu és minha "mãe"

    Enfim, hoje eu não tenho nenhuma frase ç_ç
    Se eu achar uma, mando-te pelo twitter. *O*

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  2. Uma vez, eu disse "Palavras serão sempre palavras, e pessoas, sempre pessoas"..obvio né?

    Mas diante do seu texto e idéias, pude entender, que as palavras tem amplos objetivos, e sentindo..isso, dependendo de que diz, e como diz...

    As palavras, são reflexos dos falantes...escritores, etc....


    Por isso, hoje sei que palavras podem nao ser só palavras...

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