Pare o mundo que eu quero descer!

Eu realmente não queria voltar a escrever depois de tanto tempo para falar de uma coisa ruim, mas parece que só as coisas ruins estão cercando minha vida ultimamente. Bom, conforme dizem os mais chegados, a culpa é minha mesma: a gente atrai as coisas. Se isso é verdade devo ser totalmente masoquista porque tenho atraído grandes dores.

Hoje o dia foi daqueles que parecem que a merda foi escolhida a dedo para tudo dar errado. Sabe quando você já tá se sentindo triste, deprimida, querendo morrer e aí te lembram que a culpa de tudo é só sua? Agora some isso a um babaca dizendo que você não tem experiência no que você mais ama e acha que faz de melhor no mundo (no meu caso, como todos sabem, é escrever) e com um fora lindo do tipo "minha preguiça é maior que a minha vontade de te ver". Sim, Brasil. E foi nesse momento, somando todas essas coisas e todas as lágrimas que já chorei hoje que eu cheguei a conclusão que eu não mereço. Simplesmente não mereço a vida que escolhi para mim. Porque a gente escolhe, né? Pelo menos é o que diz minha mãe, "a vida que a gente leva é resultado das nossas escolhas". Eu realmente tenho escolhido muito mal. Desde amigos até minha vida profissional. Tenho definitivamente escolhido muito mal. E de repente me dei conta de que estou sofrendo bem mais do que o necessário.

Concordo com a lei dos carmas (ou karmas, você escolhe), mas o que tô passando já é muita sacanagem. Deve ter tido um dia em que bebi muito e depois tomei o dobro dos meus remédios, me olhei no espelho e falei "a partir de agora eu vou te sacanear, sua filha-da-puta" porque, na boa, é a única explicação plausível. Eu livre e deliberadamente optei por me sacanear. E tenho tido muito sucesso nisso! Não tem um dia que se passe sem que aconteça uma coisa ruim, sem que eu chore, sem que eu pense em morrer.

Eu não queria escrever esse texto, não mesmo. Guardei-o durante semanas dentro de mim, mas agora ele explodiu. Explodiu porque eu mesma não aguento mais me machucar. Não aguento mais ter que me contentar com pouco, com o mínimo, com migalhas. Mas também não estou escrevendo para ter sua piedade. Você só está lendo esse texto porque quando a urgência em escrever apareceu eu estava mais perto do PC do que do meu caderno.

Então é isso. Chega, cansei. Não quero brincar mais disso. Se você acha que eu não escrevo bem, não leia. Se você acha que sou uma depressiva chata, não preciso da sua amizade. Se você tem muita preguiça em me ver, não terá meus beijos (mesmo pedindo p/ que eu não saia da sua vida). E se você (sobretudo VOCÊ que está olhando tudo de fora) acha que tem a cura p/ todos os meus problemas, então procure minha psicóloga e conte à ela, porque também já estou farta de palpites sobre o que eu deveria ou não fazer.

Só quem já passou por uma dor parecida com o que sinto agora entende o que eu quero dizer. Não me mande levantar a cabeça se você não conhece o peso do fardo. Não me mande ser menos ansiosa se você não conhece o vazio que me consome. Não me mande ser feliz se você não entende a minha tristeza. E, sobretudo, não fique ao meu lado se você não somar nada à minha vida. 

Já que a mudança tem que partir de mim, então começo cortando algumas pessoas dos meus contatos. Esse, provavelmente, vai ser o passo mais doloroso, mas o mais importante porque se eu me afastar de quem não me faz bem, não vou querer mais me magoar, não terei mais motivos para isso. Então, xô! Sai! Passa fora porque estou passando minha vida a limpo e você(s) não cabe(m) nela.